Este blog tem por objetivo compartilhar idéias e experiências nas lides benditas da Evangelização, amor de nossa atual encarnação.
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segunda-feira, 12 de abril de 2010

O Médico e o Fiscal

O  MÉDICO  E  O  FISCAL  


 — Se possível, acelere um pouco a marcha.
Era o abnegado médico espírita, Dr. Militão Pacheco, que rogava ao amigo que o conduzia por gentileza.E acrescentava:

— O caso é crupe.

O companheiro ao volante aumentou a velocidade, mas, daí a momentos, um fiscal apitou. O carro atendeu com dificuldade e, talvez por isso, a motocicleta do guarda sofreu pequeno choque sem conseqüências. O policial, porém, não estava num dia feliz e o Dr. Pacheco com o amigo receberam uma saraivada de palavrões.
Notando que não reagiam, o funcionário fez-se mais duro e declarou que não se conformava apenas com a multa. Os infratores estavam detidos. O Dr. Pacheco deu-lhe razão e informou que realmente seguiam com pressa para socorrer um menino sem recursos, rogando, humilde, para que a entrevista com a autoridade superior fosse adiada.

— Se o senhor é médico — disse o interlocutor, com ironia —, deve proceder disciplinadamente, sem sair do regulamento. Para ser franco, se eu pudesse, meteria os dois, agora, no xadrez.

Embora o amigo estivesse rubro de indignação, o Dr. Pacheco, benevolente, fez uma proposta. O guarda deixaria, por alguns instantes, o veículo, e seguiria com eles no carro, mantendo vigilância. Depois do socorro ao doentinho, segui-lo-iam para onde quisesse. Havia tanta humildade na súplica, que o fiscal concordou, conquanto repetisse asperamente os insultos.

— Aceito — exclamou —, e verificarei por mim mesmo. Ando saturado de vigaristas. E creio que, se estão agindo com mentira, hoje dormirão no Distrito.

A motocicleta foi confiada a um colega de serviço e o homem entrou, seguindo em silêncio. Rua aqui, esquina acolá, dentro em pouco o carro atingiu modesta residência na Lapa, em S. Paulo. Os três entram por grande portão e caminham até encontrar esburacado casebre nos fundos. Mas, ao ver o menino torturado de aflição nos braços de infeliz mulher, o bravo fiscal, com grande assombro dos circunstantes, ficou pálido e com os olhos rasos de água. O petiz agonizante e a jovem senhora sem recursos eram seu próprio filhinho e a sua própria esposa que ele havia abandonado dois anos antes... 

Livro: “Almas em Desfile” Psicografia: Francisco C. Xavier e Waldo Vieira Espírito: Hilário Silva 

Obs: Clique na figura para ver em tamanho maior.

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